“Une vie meilleure”, de Cédric Kahn

Yann é apenas um miserável ajudante de cantina, sem experiência para um emprego decente mas com lábia para uma mulher bonita. O “não” dela é desafiante, ele tenta-a, ela cede, uma cama… e então uma namorada, um “filho”, um projecto de vida. Uma vida melhor, não era? Sim!, existe, mas está à venda e é cara!

E então começam os créditos e as dívidas, e depois as discussões, o ódio e as fugas. Mas Yann, quase tudo perdendo, ainda ganha um filho – não dele, mas só para ele, que ela deu de fuga!

Ah, mas que choça!… Não era mesmo isto que ele queria, mas do restaurante também não abdica!

Só roubar não é que não!; estamos na merda mas não te treino para ladrão. «Mostra-me mas é que és um atleta, seus merdas!», e corremos os dois deste Paris infernal para fora. Destino: Canadá – que é bem longe, mas achavas que te ia pagar um táxi? Vamos!, atrás dela; faz isso pela tua mãe.

Um ano depois e sem notícias, ainda bem que ficou algum amor. Cometemos crimes, ficámos presos, mas pelo menos ainda nos temos uns aos outros! É pouco, mas é mais que nada.

 

 – Anda! Vamos pescar!

– Apanhei uma família! Mas tenho medo dela…

– Não seja medricas! Se a pescaste, agora é tua!

Sobre Cinema Francês Visto em Português

Já muito se falou e continua e continuará a falar de cinema francês e, nesse sentido, pouco posso acrescentar teoricamente ao que já foi dito. Ainda assim, e porque sou teimosa, e porque gosto realmente muito de cinema francês, esta é a minha tentativa. Desculpo-me então vestindo-me de nietzschiana: "não há a coisa-em-si, há perspectivas", dizia ele. Não há cinema-em-si, há perspectivas. Esta é a minha, muito apaixonada e parcial e do meu "canto" como só assim poderia ser.
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